Imaginários

Sentimentos alheios são imaginários para corações famintos de intimidade.

terça-feira, maio 31, 2005

Malas prontas para Porto Alegre

Fórum Internacional de Software Livre.

Tô saindo daqui agora.
Volto a tempo pra bagunça no domingo, tchê!

sexta-feira, maio 27, 2005

cadê?

Onde foi poesia?
Pra que lado rumou a danada?
Diga lá que sinto falta
Que vou na estradinha que for
Mas essa nega doida tem de voltar
Pra nossa jangada

Câmera na mão, poesia na cabeça



Pessoas bonitas e criativas transbordam no Flickr.

Um sapo qualquer

Dia de sexta-feira. Escrevo palavras direto do segundo bloco da Esplanada. Monte de pessoas com cara de pós-feriado, aquele mormaço de calor humano, todos concentrados nas 18h que não chegam nunca. Tenho um Gatorade sobre a mesa, pro estômago em vias de cura da súbita crise de vômito de ontem à noite. Corpo fraco, mente cansada. Como está minha vida?

Moro sozinho, namoro Maria e circulo com irmãos pela capital do Brasil. Quase nunca tenho dinheiro, e minha Internet ainda não chegou no cafofo. Minha família buscapé está lá em Belo Horizonte, prosperando. Tenho queridos e desafetos, como qualquer um, mas meu maior inimigo nessa andarilhança é manter a saúde e superar meu egoísmo.

Mais um relato lindamente comum sobre a vida de um cara qualquer.

quinta-feira, maio 19, 2005

Sapo afogando já volta

Muita correria, muita informação. Estou meio sumido, mas já venho com um relato de tudo, e minhas considerações imaginárias a respeito... E em breve o Entrementes retorna. Câmbio, cocrantes.

segunda-feira, maio 16, 2005

Eu e essa bailarina do caos...

Entrando na fase "terapia de choque para um histérico". Vamos lá, pra variar. :)

Amantes desafiados

Ser meu
Ser teu
Ser nosso

sexta-feira, maio 13, 2005

Família Buscapé



:)

Bla bla bla bla bla!

Viva a sua própria loucura, mas tenha consciência das loucuras dos outros. Um ato nunca é baseado apenas no que percebemos dele. Logo, se o arranjo sensível nunca é perfeito, que se atenha ao que é bom e doce. Lime o resto. Ah, sim, se a proporção de ruim ganhar de goleada, lime tudo, e volta pra dança.

quarta-feira, maio 11, 2005

Percepções paralelas, transversais e coincidentes

O mundo dá muitas voltas num instante. Gente pensando parecido, gente se encontrando, gente sumindo. E a tal malha invisível faz carinhos e feridas entre sensibilidades.

Adeus

Amor me é, amor me foi
Por que amor serei
Leve e terno
Nessa vida andarilha
Que marca tão fundo
A carne que me forja



O que existe é andança
O que fica é trilha


E de ti, Esmeralda, resta um doce perfume,
quase tangível, vagueando enevoado
sobre pele macia, alva como sonho,
nos salões de Tranquila Relembrança

Beijo sua felicidade e parto, feliz.

Solto sob a lua

Toda a doçura se foi no confronto de individualidades, há duas semanas. Dois corações machucados precisam de carinho mútuo pra continuarem próximos... mas todos temos limites. Um universo cultivado em companhia não gira em torno de uma pessoa, mas em torno do laço entre pessoas, assim aprendi a duras penas. Eu tentei ficar aberto, busquei carinho, na medida em que isso não açoitava minha mágoa em repouso, que aliás, parecia não fazer sentido para o abismo de problemas que foi sustentado diante de mim.

Na incapacidade de ser companhia, que eu volte a ser lobo. Selvagem e livre pra solucionar, correndo leve por caminhos bonitos.

E você, quem quer que seja, amor futuro, entenda algo: não faça todas as minhas vontades e não espere que eu faça as tuas. Eu amo bailar na nossa imperfeição.

sexta-feira, maio 06, 2005

Quadrinista

Ótimo. Agora eu tenho coisas insanamente divertidas pra fazer no ônibus. :) A Jaque acabou de me chamar pra trabalhar como roteirista de uma revista em quadrinhos patrocinada pelo Ministério da Cultura. Medo! Terei cem exemplares pra distribuir depois (impressão de alta qualidade), e o melhor de tudo - o universo da história poderá ser livremente criado por nós.

Abraços de imaginários geram faíscas fortes de sonho.

Pausa pra ver a mãe

Lá vai o sapo pras montanhas. :)

quinta-feira, maio 05, 2005

Garotas no Lago Celeste, em Nabori

Fragmentos de Soux

"Nabori é uma ilha pequena. Foi habitada por diversas tribos da fronteira marroquina com o Saara, assim como por levas colonizadoras ao longo de oito séculos. Sua reduzida população é, talvez, a mais mestiça da Terra.

De início, senti-me um impuro, de tão europeu. Mas o calor noturno das rodas de tapoia velozmente me aconchegou. Rodas de dança ritual, de uma luxúria exótica, manifesta nas artes coletivas onde homem e mulher eram em mesmo patamar. Artes sem proibições, quase heréticas... mas de beleza orgástica.

Se um momento pudesse descrever a intensidade destas rodas, seria a Lua das Serpentes. Cinco homens, cinco mulheres. No fim de duzentas palmas, o coito cessava. Dentre as forasteiras, Laura, em sua insanidade poderosa, jamais me fugirá da memória. E da pele..."

fim do fragmento.

Fragmentos de Soux



"Não sou um homem letrado. Perdi meus pais aos vinte e alguns anos, e mesmo então já vivia por minha conta e esforço. Fui expulso de duas escolas, preso uma vez sob acusação de desobediência, e algo em minha vida causava comentários rejeitosos nos cantos dos restaurantes - aliás, parecia divertido à velharada tratar-me como pária, enquanto eu tentava ser só mais um a viver seus momentos... Por isso parti. E para a quina mais improvável, mais desconhecida. Entre a Ilha Funchal e o litoral do Marrocos, um pequeno arquipélago de nome Nabori, inabitado pelos colonizadores (razões obviamente econômicas, já que o espaço para o plantio em escala não havia)... Ah, o tempo. Resolvi cultivar e guardar este relato sobre minha história. Talvez valha a alguém menos desesperançado do que eu.

~

Um grupo de frequentadores do Sukkubus (um bar de encontros liberais) vinha noite após noite conduzindo discussões acaloradas sobre a hipocrisia dos europeus, o capitalismo emburrecedor do pós-guerra e a paixão boêmia que nos nutria. Eu não tenho estômago pra esse tipo de remoer que não leva a solução alguma. Entretanto, ontem algo diferente nos ocorreu... quando à meia-noite, uma mulher de longas e castanhas madeixas foi ao clube. Primeira visita, e seu tom sombrio arrepiou espinhas num raio de cem metros.

- Há algo em vocês que merece viver, e há algo que merece morrer. Quem está disposto a jogar parte de si no lixo e começar uma nova vida, longe do gentio frio da Europa? - perguntou, intrigante, raptando minha atenção."

fim de fragmento.

quarta-feira, maio 04, 2005

Os Espamos de Soux. 50 anos depois.



"Havia passado dias na fronteira, fazendo daquela guerra que não era minha meu bem mais precioso. Por que a morte me desafiou a guardar o que restou da inocência... tão presente no perfume que lembro emanar da sua pele."

Fragmento de uma carta de Donovan Soux, morto em combate na fronteira sul do Marrocos, em 1954.

Um quarto enevoado... você e a noite ao alcance de um beijo

terça-feira, maio 03, 2005

Pensando em Organizador Emergente

Toda linguagem é uma grande folksonomy.

segunda-feira, maio 02, 2005

Novo broto da orquídea

Depois de uma semana sob a Lua que me despertou sombras, acabou um ciclo. Ontem, começou outro, de toda a fertilidade que brota quando alguém desperta pra si mesmo.

Viva carinhos. Sem a humildade contida neles, nada floresce. Sou um abraço que vaga tentando ser um beijo que aponta. Tentando te fazer sorrir secretamente, livremente, no espelho querido de uma penteadeira decorada, tarde da noite...

O rizoma da orquídea que é minha vida brota um novo ramo, enquanto o que é para morrer, aos poucos vira cinzas.

(indescritivelmente feliz por brotar de mãos dadas :)