Imaginários

Sentimentos alheios são imaginários para corações famintos de intimidade.

sábado, abril 30, 2005

Xarope pra Dona Esperança

É. Algo engasgou Dona Esperança. Enquanto ela toma um xarope, reagrego minha vida, cuido dos machucados. Ainda embalado por raios-de-sol que fazem saudade escorrer... doce, tranquila... dos poros.
~

Tem um menino-velho
Anuviado
Andarilhando sob o céu
Estrelado
Querendo erguer casinhas
Determinado

Mas não tão destemido como queria
Construir casinhas não foi simples como sentia

Voa voa nuvenzinha

Era uma vez rapaz
Conhecido Cristalino
Mas ele era um tagarela
E de tanta fala
Virou nuvem opaca
Perdido nesse céu
Onde anjos tapam ouvidos
Ele queria voar alto
Onde falar era querido
Por anjos e nuvenzinhas
Em rodas cristalinas
Onde medos não eram tabus
Mas motivo de carinho

O pior romântico

Com você vivi mergulhos
Incontáveis
Dilacerantes
Ainda acordo com a pele molhada
Da sua essência solvida ao meu redor
Ainda sonho que mergulho
Compartilhando meu fôlego
Dividindo cautela

Devo ser o pior romântico
O mais piegas

sexta-feira, abril 29, 2005

Carlos Zéfiro


Leia as safadezas do velho tarado na Web. No mínimo, cômico. Capítulo certo da disciplina "história da putaria". :)

Lua é o caralho.

Bem melhor agora, com a sensação de encarar o abismo de frente e segurado a onda de pular. Seguindo pra UnB. Câmbio.

Espera. Esperança.

Gra: essa maldita lua me deixa rasgada.
Inflamável: então você sabe que a lua atual é mãe de conflitos?
Gra: sei.
Inflamável: pois é. me pegou em cheio.

(dois segundos depois)

Pritt: oie. tudo bem?
Inflamável: vai ficar bem. tô meio em crise, esperando passar.

~

A certeza da efemeridade é o bastião da esperança.

Find your loop

Participar do coração de alguém
É como brincar na montanha-russa
Da expectativa à celebração
Do revirar interno à aflição
Você quer a montanha e ela te quer
E nessa trilha bamba
É fatal subir e descer, subir e descer, subir e descer...

Eu amo montanhas-russas. :)

Deixe-se acreditar


eu quero um samba pra me aquecer
quero algo pra beber, quero você
peça tudo que quiser
quantos sambas agüentar dançar
mas não esqueça do nosso trato
da hora de parar
só vamos embora quando tudo terminar
eu vou te levar aonde você quer chegar
eu tenho a chave nada impede a vida acontecer
deixe-se acreditar
nada vai te acontecer
tudo pode ser
nada vai te acontecer, não tema
esse é o reino da alegria

~ mombojó

(o show deles ontem na feira de música independente foi muito marcante. pela companhia, pelo instante. nesses tempos de descrença e microfonia, quero voar, quero ir prum reino de alegria.)

Queda em si maior


Era tarde ensolarada
na caminhada do velho-infante
Ora morna, ora escaldante

Um buraco aqui
Outro acolá
Na estrada que parecia bambear

Peito aberto para o céu
Ficou pra trás
Na abertura de si mesmo, sem paz

Velho-estrada, Menino-só
Queda livre em si... maior

Viva sua dúvida
Viva sua lástima
Viva sua busca
Viva sua única
Incoerência
Capacidade de fuga

Viva e renasça...

(talvez vire música. talvez vire sonho.)

quarta-feira, abril 27, 2005

Apertando os olhos

Encontre a origem da sua própria agonia.

Sobre os "articuladores" no Ministério da Cultura

Nós somos participantes do movimento de conhecimento livre atuando a partir do Estado brasileiro (e de outros lugares em paralelo). Até agora parecemos mais um núcleo duro do que um organismo absorvido. Talvez seja hora de reorganizar mentalmente "o que estamos" e "aonde estamos fazendo" no governo. Aqui vos digo como vejo a coisa em três frentes distintas.

a) implementação de uma rede civil de conhecimento livre. (pontos de cultura e outras ações governamentais + ações emergentes organizadas pela própria sociedade [metarec,etc])

b) implementação de uma rede de conhecimento livre no próprio governo. (começando com a implementação de uma gestão de conhecimento livre no Ministério da Cultura + o fomento deste modelo de gestão em outros ministérios através da integração entre os núcleos de produção de TI de cada ministério)

OBS: a) e b) se conectam no futuro

c) sensibilização e absorção social dos princípios do conhecimento livre. (aí entra estimular na sociedade e no governo a cultura de uso e desenvolvimento de ambientes sociais livres e levar o debate onde quer que seja... no Brasil ou no resto do mundo).

~

Estas três esferas de ação já acontecem em diversas partes do organograma do Minc. Quanto mais se mantém a idéia de um núcleo, menos se consolida nossa influência de baixo pra cima na organização do Estado.

[E, aproveitando, pra quem ainda acha que eu e o Metal estamos só "fazendo o site do Minc", saiba que estamos articulando a letra b).]

O que acham dessa visão? Como reagregar a galera nessas 3 esferas de ação pra facilitar a sabotagem?

Mato na janela

Precisando de uma viagem. Daquelas onde o mato na janela não entedia, porque perdido nele você vê seus pensamentos e aflitos passarem a mil por hora, em direção ao passado. De repente sou um sopro de dúvida. Sobre mim mesmo.

Love is a tower
And you're the key
Leading me higher
When you let me in

~ Pearl Jam

O mal da dúvida, o mal do absurdo

Não mantenha uma pessoa na dúvida
Não seja mantido na dúvida

Coisas inesperadas emergem
das sensibilidades empenhadas
em cultivar na clareza

Coisas que nem sempre têm razão de ser...
E o absurdo quase sempre reforça
o mal que vem do não-saber

(E reconheço que das profundezas
do que sinto às vezes surgem
coisas imprevisíveis e absurdas
na sombra de uma dúvida qualquer)

Sim. Eu sou um sapo humano.

terça-feira, abril 26, 2005

Pensamentos de uma bolinha

Toda pessoa que se pergunta sobre seu valor no mundo, tem de fazê-lo escolhendo um referencial. Pode ser sua família, seu companheiro ou companheira, um amigo, seu ofício, sua ideologia ou fé. E geralmente, tais questionamentos têm a simples de função de permitir o "sentir-se parte", que, na minha opinião, é base pro "sentir-se feliz". Quem não se sente parte de seus referenciais, vive deslocado de si mesmo, e muitas vezes caem em buscas e batalhas que acabam na descoberta de novos referenciais e no rompimento com todos eles - o que significa, em qualquer caso, "desistir de participar".

Somos bolinhas perdidas de sensibilidade, e nossa voz tem uma função essencial de nos fazer entender uns aos outros. Sem entender o que sentem os que estão à nossa volta, continuamos bolinhas perdidas. Sim, eu posso continuar bolinha perdida, sem problemas. Mas não quero. Cansei. Cercar-me de outras bolinhas que querem viver comigo é mais legal, e mais parte do que sou. Feliz.

Porque insisto em ser pró-ativamente honesto e transparente?

Dizer que fez uma coisa e fazer outra é receita de como lentamente minar um laço com alguém. E o pior é que quanto mais se vive, mais parece que estão todos fazendo isso o tempo inteiro. Como confiar em alguém que não se empenha em transpirar honestidade? Se tem uma coisa que aprendi na minha vida marcada por mentiras que me dilaceraram, é que se eu não estou gritando sempre aos quatro ventos o que estou vivendo, jamais poderei alegar que estou sendo leal. Porque? Porque a dúvida cultiva os piores sentimentos nas pessoas.

Será exagero? Será que realmente queremos viver verdades ou não faz tão mal assim inventar ou ocultar algumas delas?

segunda-feira, abril 25, 2005

Venus in furs

Shiny, shiny, shiny boots of leather
Whiplash girlchild in the dark
Comes in bells, your servant, don't forsake him
Strike, dear mistress, and cure his heart

Downy sins of streetlight fancies
Chase the costumes she shall wear
Ermine furs adorn the imperious
Severin, Severin awaits you there

I am tired, I am weary
I could sleep for a thousand years
A thousand dreams that would awake me
Different colors made of tears

Kiss the boot of shiny, shiny leather
Shiny leather in the dark
Tongue of thongs, the belt that does await you
Strike, dear mistress, and cure his heart

Severin, Severin, speak so slightly
Severin, down on your bended knee
Taste the whip, in love not given lightly
Taste the whip, now plead for me

I am tired, I am weary
I could sleep for a thousand years
A thousand dreams that would awake me
Different colors made of tears

Shiny, shiny, shiny boots of leather
Whiplash girlchild in the dark
Severin, your servant comes in bells, please don't forsake him
Strike, dear mistress, and cure his heart
~ Lou Reed

Para meu anjinho vermelho e rosa

Encontrar-te no mundo-sonho

Um ser além desse mundo concreto,
é o que pode parecer...
Desperta em algum limite entre fato e sonho,
onde tudo pode acontecer...
e acontece.

Pois o simples mirar de seus olhos preciosos
Dá a cor e o tom de um número mágico
Ao corriqueiro bater de asas de um besouro,
Ao comum dançar das folhas ao vento,
Ou à mera presença de um sorriso na janela...

Por aqui (a ponte entre mundo e sonho)
Caminhei sozinho toda vida
Não sabia que anjos também
Perambulavam tão próximos de mim

~

Ode ao teu cheiro

Perfumar um mar de vento como esse
Não parece feitiço lançado a esmo
Nem sequer parece feitiço
Pois caminhas sem pretensão
Coberta por tua inspiração
Pelo simples caminhar
O que seria isso?

Cheiro-de-amada que absorve minha essência evaporada
Como o céu bebe do lago enevoado...
Não sei. Só sinto.

E é com glória que te trago (cheiro) docemente,
alheio ao sabor de outra nuca que não a tua...

Respiro-te perdido, apaixonado, presente.

Feriado que é rock

Tudo começou a uns dois meses, quando soubemos da vindo do Placebo a Brasília. Nesse momento, o Maina já começava a se organizar, e muitas pessoas de outros estados me procuraram querendo abrigo no cafofo. Enfim, passado o tempo, juntaram lá em casa Lola e Priti, além do Metal e do Duende, e todos os amigos que acabaram amontoando o colchão de casal da Peixa que está na sala. Muita risada, muito estresse, muita cerveja, muito cansaço. O feriado foi intenso. E, enquanto esse conclave dançava em sua espiral, eu me diverti muito com Elisa no Jardim Botânico e depois no samba de raiz que visitamos na sexta à noite. Não esquecerei a sensação de ser um moto-contínuo. heheheh

Ah, claro. Depois do show perfeito, onde fiquei quietinho, colado numa grade, observando cada movimento da banda, passei o domingo sentindo cheiro de amor, no cangote de uma menina cacheada que zune como abelhinha no mel.

Quero mais fins de semana como esse.

terça-feira, abril 19, 2005

Pi-pi-pi-ri pón-pón póóóóóóónnnn

segunda-feira, abril 18, 2005

Quando flamas se atracam

A maravilha de amar Elisa
E tê-la como companhia é
o privilégio de fazer magia
pelo mero mover uma íris

Nossa vida erótica em luz incandescente




(agora ando com um capturador de momentos no bolso. esse é só o início das brincadeiras de caça-detalhes. te amo, maria.)

sexta-feira, abril 15, 2005

Livro = Log ?

Parece óbvio que conversas de instant messaging comecem a condensar um estilo literário, né? Afinal deve ser a modalidade de escrita que mais cresce no mundo. Bom, como vivemos no ruído e o óbvio é como ouro, lá vem o Duende mostrar que é garimpeiro simbólico de novo. Fino experimento.

Choro no clube

Hoje vou no Clube do Choro pela primeira vez. Elisa, vinho e Villa-Lobos interpretado por Dirceu Leite. Pena que bateu essa febre. :S
~
Quentura que degrada
Vá com seus comparsas gripais
De volta ao inferno
Deixe-me viver disposto
Voltar a sentir gosto

O cansaço não impede minha suave morte

Renegado e infiltrado
Pra virar a máquina do avesso
Quando civilizados acordarem
A "barbárie" estará de volta
Bagunçando o festerê
Num doce stamping ground

Como engrenagem mentirosa
Sou hábil, mas canso
Só não posso deixar você, poesia,
Que é meu sonho maior
Sentir-se sozinha
No meio dos meus instantes

Entenda meu ofício
Enquanto te faço flores e filhos

Nossas doces colméias

A realidade é como uma colméia
Que não cessa de autodivisão
A cada sentir novas cavidades surgem
Dentro de outras antes conjuradas

Minha sensibilidade então é como abelha
Que aos poucos arquiteta, constrói e ocupa
Seu próprio lar, sua própria trilha

Mostre-me os favos do teu castelo
Deixe-me provar desse teu mel
E se quiser, deguste meu viver

Toda vez

Toda vez
que escrevo
que pinto
que danço
que traço
que cozinho
que canto
que falo
que beijo...

Toda vez que sou,
Lágrimas rolam para o além
Invisíveis para muitos

Se você me ver chorar
Te imploro
Faça parte da minha vida
Faça parte da minha morte

Bom dia anfíbio

quinta-feira, abril 14, 2005

Cecília tem uma sombra linda

Ontem eu saí pra almoçar bem tarde, e durante a caminhada sob o Sol que já se ia, acordei pra existência de algo totalmente único na minha vida: minha sombra. Devaneios e brincadeiras na rua à parte, tive a idéia de escrever uma história infantil.... a descoberta da própria sombra pela garotinha Cecília, que antes não gostava dela, mas que aprende a brincar com uma turma de moleques meio amalucados.

Porque o eu único não se projeta em nenhum outro rosto que trazemos para perto do peito.

Eu fico pelado todo dia


Everyday Nakedness. Interessante experiência com a nudez cotidiana... mostrar a crueza do humano pelado nosso de cada dia.

Saco cheio de escritório

Alguém me mande pra Tonga, por favor.

quarta-feira, abril 13, 2005

SpikePadua (era "Cabelo de Spike")

Parei de fumar

Sou um menino velho. Com todas essas brincadeiras e todas essas contas. Com todas esses atos despreocupados e toda essa carga de responsabilidade. Com toda essa liberdade e não poder partir. Com todo meu silêncio desconhecido, com toda essa reputação. Com todo esse caminho a percorrer, com toda essa prole no coração. Sou um paradoxo que se fez quando comecei a surfar nos amores da minha vida.

Tão novo, tão gasto.

terça-feira, abril 12, 2005

Um poeminha boboca

Sapo pula-pula pula daqui acolá
Vence barreiras, voa até lá
Onde o sapo cheira, quer sentar
Estica a língua pra sentir, salta pra chegar

Viva primaveras

Estava ali, voltando da correria, quando me deparei com a moça dos bombons. Seu isopor repleto de chocolate embalado, a testa suada de tanta visita. Pedi de côco, não tinha. Só restou castanha, nozes e cupuaçu. A última palavra estalou e uma cadeia de lembranças passou a mil no cinema da minha mente... cenas de Elisa sorrindo desejos pela fruta. Misteriosamente, a minha boca encheu-se d'água. Catei um real e comprei dois dos últimos bombons da dona suada.

Agora paro meu trabalho, olho os montinhos enrolados em alumínio sobre a mesa, misturados com infográficos, poesias e desenhos, e te digo: você é o que você ama.

Entre tudo e todos, ame o máximo que puder (mas seja amor honesto. saiba mandar à merda o que te fere). Algo grande surgirá no horizonte profundo da sua alma, na totalidade de um coração que se abre como flor na primavera.

Maina

Sentado naquela varanda
Eu te vi estendendo roupa, cantando
Tão simples
Tão cotidiana

A varanda virou tijolo
A rua virou asfalto
Todas as máscaras caíram
E eu me vi. Vivo.

Um pulso que caminha
Sozinho como se é
Mas que sente e se anima
Ligado ao teu pulsar
À magia que não é minha

Esclarecimento

eu não tô nessa de cultura livre pelo "morro". nem acho
que a negada do prédio sabe mais ou menos de conversê
do que o "morro". ser humano é ser conversê, cada qual a seu modo.

e solidariedade é o caralho.
gentileza gera gentileza sim, e sigo gentil (até demais).
mas eu quero é transformar meu mundo,
o que passa necessariamente por possibilitar que
todos tenham condições de transformar tudo,
já que o mundo que tô na pilha de subverter é CONTROLE.

minha vida é ficção pros teus sentidos.

terras livres como projeto artístico de uma era.
o resto é chicotada na minha sensibilidade, até acabar o fluxo.

"i hurt myself today
to see if i still feel
i focus on the pain
the only thing that's real"

~ johnny cash

E é claro, solver e coagular.
Amor, o combustível de qualquer mudança.

A beleza do chato mantém o fogo ardendo

Meus dias são explosões estelares
Onde de tudo um pouco acontece
Como fases de uma combustão guiada por desejo
Do sorriso bobo diante do espelho
A cachinhos perfumados assaltando meu olfato

Nesse instante sou uma lista de ordens
Que minhas mãos devem transformar em fatos
Eu sei. Soa apagado, morto, fadado.
Mas não me domina, pois até ali sinto poesia,
Musa suprema que me reluz,
Por quem já sou apaixonado

Quando o radar apita

Praise the Lord! (essa é pro Duende)

Cúmplice bem informada

orquestra + adagas voadoras + dirceu leite + das ich + possibilidades voláteis incluindo autodiversões desejadas visceralmente por dois alados.

viva momentos. viva dentro deles. tenha-os dentro de sua vida.

Seres maravilhosos caminham sobre a Terra

Auto-retrato

Este que vês, de cores desprovido,
o meu retrato sem primores é
e dos falsos temores já despido
em sua luz oculta põe a fé.

Do oculto sentido dolorido,
este que vês, lúcido espelho é
e do passado o grito reduzido,
o estrago oculto pela mão da fé.

Oculto nele e nele convertido
do tempo ido excusa o cruel trato,
que o tempo em tudo apaga o sentido;

E do meu sonho transformado em acto,
do engano do mundo já despido,
este que vês, é o meu retrato.

~ Ana Hatherly (indicado pelo doce som de uma brincante)

segunda-feira, abril 11, 2005

Recorte da avalanche em movimento

Fim de semana em paz, até eventos noturnos dominicais aparecerem com nhém-nhém-nhém. Enfim, achei minha coleção completa de Cowboy Bebop e pude ouvir o Metal detonar na guitarra hoje cedo. Aniversário da Rosita hoje, redemoinhos no radar... e enquanto isso o Ministério me atola. Murilão volta amanhã da licença-paternidade, poderei rasgar o dedo em algumas coisas aqui. Inesperando.

Que mais? hum... bom, o disco de chorinho fez sucesso no trabalho, tô ainda cansado da dieta de remédios (ao menos o dente tá quase 100% bão), Drica me procurou, fiz um infográfico bonitão, meu almoço foi só felicidade e surpresas.

Quero ir pra casa. Quero comer crepe.

sexta-feira, abril 08, 2005

Enriquecer



Tudo o que vivo vira imaginário repleto de simbolismo e densidade. Sem isso, sou névoa.

O baile onírico

Inesquecível foi o seu rosto pintado
Cheio de expressões e intenções
Enquanto encenava suas verdades
Para os corações da multidão

Nossa quermesse de barro
Enlameada entre aclives
Tinha o frescor do nosso abraço
Foi o mais lindo que já tive

Farrapo humano

Tomando drogas legais para cuidar da infecção que eclodiu no canto da minha boca. Dente e suas raizes perfurantes... essas merdas estão me deixando meio passado hoje. Quero largar tudo e ir sentir o cheiro da minha ensolarada. Preguiça de assuntos sérios, preguiça de análises. Só quero carinho e sorriso.

Mau humor de sapo.

quarta-feira, abril 06, 2005

Ir e vir na própria sensibilidade

Abstrair me coloca, por um instante, longe do meu sentimento, para que eu o analise. Não, obrigado. Deixa queimar, dotô.

terça-feira, abril 05, 2005

Ocupando espaços na Rede

Se aqui vai texto, aqui vão as fotos.

Ao som de Venus In Furs...

Declaro que o mundo emergente pertence a todos os filhos e filhas do remix.

"Amigos dela"

Ha. O Orkut tá ficando em português agora. Comédia.

tempo para bufar

{acabei de perder um post enorme. e lindo, o que é pior. vontade de esmagar uma lacraia até ela morrer todinha. fuck.}

segunda-feira, abril 04, 2005

Cachinhos e Sapinho

sonho e descanso
te encontro numa esquina barroca
com seus pingentes e sons regionais
te desenho mulher-paixão
calço meu chinelo
e vamos embora,
seguindo até o fim do calçadão

Dia vai, noite espera

queria um carinho e um copo de café com leite.
queria voar. queria me aconhegar. queria ela.

hoje eu vi o sol nascer.
tô molengo e de ciso inchado.
tô feio.

tô carinho.

Eu vento, tu ventas

Cansa ser vago
Nessa ponte que me preenches

Entre o eu e o você
Quero rio repleto
Quero-me arrebatado

Quero ser clareira
Para te ser clareado

Pelo Sol que não queima
Mas sopra inesperado
O prazer do gozo alegre
Que vente de mim, vente de ti,

E urge por almas entregues

Rápidos (e fátuos) enlaces



Foi verão quando elas se viram.
Mãos dadas diante do mar.
Vontades estampadas no quadril e nos seios.
Ali atrás, uma barraquinha e dois drinks.
Sorrisos perfeitos.
"Dá uma caneta, garçom."
Desenhos pra sempre na madeira.
Sorrisos, desejos.
"Seu rosto ao Sol... hipnótico."
Caminhada.
O brilho irradiando auras já visíveis.
E o canto do mar, molhando seus pés,
onda após onda...
"Quero viver você. Você faz sentido."
Caminhando. E silêncio.
Eram gaivotas, e voaram.
Um único instante, um único enlace,
E os sentidos transbordam saudade.

Dance até o passo virar delícia


(por Shelley Bergen)

A pele áspera e
Seus caquinhos descolantes
É cada pedaço, um sonho
Ao toque se reduz
O calor fugaz do carinho
Por guerras necrosantes
Pelo som de injustiças não-ditas
Amor que periga virar medo
Assim tão cedo...
Não, não... não deixo.
Vá-se embora, praga de espírito
Pois aqui mora
Um filho da esperança
Que entregue, não cai,
Dança

Cristal de fogo

Sinto a flama de um ódio
Que não se sustenta como tal
Porque meu sopro de amor
É tão denso e tão terno
Que esculpe cristal de fogo
Vermelho, quente
Mas contido
Somente o feitiço certo
Faz seu poder queimar
Aquilo que deve ser incinerado

Sobre "Política"

Duende dando suas impressões sobre o paradigma político vigente.

O que tenho a dizer é que essa "política" do Estado Democrático de Massa parasita o último estágio da Emergência. Ele é aquilo que sobra quando todas as movimentações sociais já comunicaram por si só os sentimentos das pessoas, e então os covardes e os chacais incapazes de se expressar saem de suas sombras, tentando encaixar nelas todo o mundo vivo e fluido com o qual não conseguem lidar. Bestas mariquinhas, prisioneiras do puro pensar masturbatório, desvinculado de fato sensível. Projetam um mundo para si e não o sabem conjurar com honestidade. Daí a vem a lábia e a coerção, e põe estribos nas nossas lindas manadas de livres.

Nada que não seja emergente e honesto merece respeito, a não ser que seja instrumento de sabotagem do Controle e do Espetáculo.

lápis, papel, música e vinho

{Entre mentes} xemelentos inflamáveis reunidos em torno de seus imaginários compartilhados. Seria o nascimento da nova cultura barda-artesã pós-Rede?

Experimente de versões reduzidas a versões titânicas da zona imaginária. Lápis, papel, música, vinho, e a sua insanidade a regar uma roda de dança.

Fim de semana punk

O sarau foi lindo, e o próximo será em outro lugar (maior), organizado por mais imaginários que se apaixonaram pela idéia. Mas em paralelo, um drama que se mostrou desnecessário, mas que serviu para ver como os amantes se comportam no inferno. Não muito longe dali, surtados expulsam de casa um poeta metálico, e eu o acolho. Brigas no horizonte. Quando tudo parecia finalmente acalmar, descuidos na casa da Elisa me transformaram momentaneamente em alvo da família dela. Acordei hoje com o peso de mil batalhas, e a saudade do riso solto e limpo de uma orquídea.

Quando a vida se aperta na merda
o importante é não se atolar
por isso eu me levanto pra resolver
antes de submergir

~

Ah, sim. Além de ter a conta limitada no banco, hoje cedo matei uma lacraia que saiu pelo ralo do chuveiro e subiu na minha perna. Porque ela não me picou? Sei lá. Mas foi bom partí-la em três.

Preciso dizer que quero paz?

sexta-feira, abril 01, 2005

Constatação a 50 km de Mônica

"Ele acordou nu, numa clareira verde de grama baixa. Um vale que julgou ser entre Mônica e Florópolis. O sol a pino, a sede e a fome revirando-o por dentro... podia sair em busca de algo, mas só fez perceber sua situação. Olhos confusos, e um redemoinho de ira lhe saltou pela boca.

- Porra!!! Que que eu tô fazendo aqui???

Escravos da linguagem. Somos uma raça xexelenta de ciborgues."

(tinha uma imagem linda aqui feita peloKhrass, mas tiraram do ar. colocarei outra depois.)

Devaneios a transbordar


(por Kyla Sturgeon)

Às vezes eu me esqueço quantas maravilhas se escondem nas gretas do DeviantArt.

Dialeto aprendido por queima

Quem sou? Um menino bem cuidado e brincalhão que sentiu-se incomodado não por alguém, mas pela existência. Meus sentimentos são ficção para outras pessoas - líricas audiovisuais e textos não-verbais que só de longe descrevem minha experiência de morrer lentamente deste solver e coagular doído de amor.

Decidi ser meu sentir, e caí na estrada para cuidar de ser. Por conta disso, revoluções transformaram o enclave sensível que costumam chamar de Sapo. Da casca porosa e reluzente de outrora, sinto nascer luz de fogo, e o fogo incinera o invólucro sempre que seu oxigênio sopra nos arredores. Desisto do nome, aceito a chama, fluida, incompleta, conexa. E queimo contigo.

Existir não incomoda mais.
Agora sou eu quem incomoda a existência, sussurando ao pé de seu ouvido, um belo e árduo dialeto.

;)

Amar (Elisa) sem papel e lápis

é como ter
uma ferida que não sangra
uma tosse que não tosse
uma mágoa que não chora
é com estar sob a sua luz, Sol,
e não fazer sombra

Sobre uma margarida

Eu disse quem eras, Fernanda
Flor que encanta
e canta o brilho perdido
de estrelas distantes...
Arte-alma-entregue
Voz de lupa
Faz daquele vago feixe de fótons
Espada incandescente
Que rasga tua alma
Sangra, como canta o Duende
Dilacera
Da pélvis à nuca

rio a encher

o fino fio d'água que é minha poesia
escorre ligeiro do teto ao chão
da alma que aloja esta carne,
e quando gotinhas de vida condensam
em pertences esquecidos numa viela
nos absurdos de uma criança
e em suspiros de donzela,
sou chuva que chove pra dentro

e cada canto ressecado da essência
vira sulco pro meu rio
fazendo ribanceira
nos toques do teu lábio

viver é condensar
e amar é a magia mais fácil
para não se evaporar